Vento
Naquela noite ela quase não dormiu. Refletiu, ponderou, balanceou e tomou algumas decisões. Porém, pela manhã acordou disposta a fazer tudo diferente. Cansou de ouvir e seguir conselhos de pessoas que não a entendem. No fundo a dor de ser você mesma é aquela que não deve ser evitada. Ela sabia, só não conseguia. Ainda.
Ele dormia ao seu lado, abraçando-a pelos ombros enquanto ela repousava a cabeça em seu peito. Sua luz vibrava e ela despertou assim que ele fez menção de acordar. Seus olhos se abriram devagar, recebendo o brilho da iluminação natural do dia e dele. Ela o olhou com carinho e tudo parecia ser muito bom apesar das reflexões da noite anterior, que insistiam em dizer a ela para se afastar, apesar de seus maiores desejos serem de se aproximar cada vez mais..
Ela toca com a ponta dos dedos o seu peito, acariciando-o, e o beija no ombro desejando bom-dia, o abraça apertado na tentativa de o segurar mais uns segundos na cama. O calor do seu corpo a prende naquele momento. Mas ela não pode forçar nada. Não agora. Não é o momento.
Se ouve o cantar dos pássaros e a luz do Sol passa pela fresta debaixo da porta. Já é manhã. É preciso levantar.
Ela não quer se levantar, ela quer beijá-lo intensamente, sentir o esplendor de suas carícias, mas ele pede que ela se levante primeiro, afinal, não gosta de tomar banho juntos. Ela resiste um pouco, fazendo um charme que a cansa. Por que ela insiste? É uma expectativa infinita de tentar resultados diferentes com atitudes iguais.
Finalmente ela vai, não se demora e retorna vestida, um vestido curtinho e soltinho, amarelo como o Sol, porém informa estar sem calcinha, realmente havia esquecido no quarto. No fundo informá-lo era mais uma tentativa de algo. Mas não é correspondida. Novamente. Então se veste e se senta na cama enquanto ele, sem fazer contato visual se dirige ao banheiro. Ela então aproveita o tempo que ele está no banho para responder à família e ver alguns memes nas redes... Será que ele conversou com alguém "importante" enquanto ela esteve fora?
Quando ele retorna, com o corpo ainda molhado pelo banho, apesar de já vestido, passa à ela, que está sentada na cama ainda, o calor que aquele dia proporcionaria. Seu coração dá aquela acelerada que ela boicota e finge não sentir. Não é o momento.
Então ele, carinhosamente se dispõe a fazer o café para ela, comem juntos e se dirigem ao rio.
O dia está lindo, sem nuvens no céu, o canto dos pássaros, água cristalina, o Sol faceiro e agradável, o vento não é tão gelado, mas mesmo assim ela veste uma blusa de frio que a cobre até os joelhos. Ele sempre emanando a luz... Ela sempre soprando frio.
Vão caminhando pela margem, conversando, jogando pedrinhas no rio e vendo a vegetação local. Realmente parece o paraíso.
O dia segue perfeito, muita troca de carinho, beijos, mas ele ainda parece distante.
É, deve ser o momento de me afastar de vez. Não é o momento. Não agora.
28/07/2020 - 22h37
Ele dormia ao seu lado, abraçando-a pelos ombros enquanto ela repousava a cabeça em seu peito. Sua luz vibrava e ela despertou assim que ele fez menção de acordar. Seus olhos se abriram devagar, recebendo o brilho da iluminação natural do dia e dele. Ela o olhou com carinho e tudo parecia ser muito bom apesar das reflexões da noite anterior, que insistiam em dizer a ela para se afastar, apesar de seus maiores desejos serem de se aproximar cada vez mais..
Ela toca com a ponta dos dedos o seu peito, acariciando-o, e o beija no ombro desejando bom-dia, o abraça apertado na tentativa de o segurar mais uns segundos na cama. O calor do seu corpo a prende naquele momento. Mas ela não pode forçar nada. Não agora. Não é o momento.
Se ouve o cantar dos pássaros e a luz do Sol passa pela fresta debaixo da porta. Já é manhã. É preciso levantar.
Ela não quer se levantar, ela quer beijá-lo intensamente, sentir o esplendor de suas carícias, mas ele pede que ela se levante primeiro, afinal, não gosta de tomar banho juntos. Ela resiste um pouco, fazendo um charme que a cansa. Por que ela insiste? É uma expectativa infinita de tentar resultados diferentes com atitudes iguais.
Finalmente ela vai, não se demora e retorna vestida, um vestido curtinho e soltinho, amarelo como o Sol, porém informa estar sem calcinha, realmente havia esquecido no quarto. No fundo informá-lo era mais uma tentativa de algo. Mas não é correspondida. Novamente. Então se veste e se senta na cama enquanto ele, sem fazer contato visual se dirige ao banheiro. Ela então aproveita o tempo que ele está no banho para responder à família e ver alguns memes nas redes... Será que ele conversou com alguém "importante" enquanto ela esteve fora?
Quando ele retorna, com o corpo ainda molhado pelo banho, apesar de já vestido, passa à ela, que está sentada na cama ainda, o calor que aquele dia proporcionaria. Seu coração dá aquela acelerada que ela boicota e finge não sentir. Não é o momento.
Então ele, carinhosamente se dispõe a fazer o café para ela, comem juntos e se dirigem ao rio.
O dia está lindo, sem nuvens no céu, o canto dos pássaros, água cristalina, o Sol faceiro e agradável, o vento não é tão gelado, mas mesmo assim ela veste uma blusa de frio que a cobre até os joelhos. Ele sempre emanando a luz... Ela sempre soprando frio.
Vão caminhando pela margem, conversando, jogando pedrinhas no rio e vendo a vegetação local. Realmente parece o paraíso.
O dia segue perfeito, muita troca de carinho, beijos, mas ele ainda parece distante.
É, deve ser o momento de me afastar de vez. Não é o momento. Não agora.
28/07/2020 - 22h37
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