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Mostrando postagens de julho, 2020

Vento

Naquela noite ela quase não dormiu. Refletiu, ponderou, balanceou e tomou algumas decisões. Porém, pela manhã acordou disposta a fazer tudo diferente. Cansou de ouvir e seguir conselhos de pessoas que não a entendem. No fundo a dor de ser você mesma é aquela que não deve ser evitada. Ela sabia, só não conseguia. Ainda. Ele dormia ao seu lado, abraçando-a pelos ombros enquanto ela repousava a cabeça em seu peito. Sua luz vibrava e ela despertou assim que ele fez menção de acordar. Seus olhos se abriram devagar, recebendo o brilho da iluminação natural do dia e dele. Ela o olhou com carinho e tudo parecia ser muito bom apesar das reflexões da noite anterior, que insistiam em dizer a ela para se afastar, apesar de seus maiores desejos serem de se aproximar cada vez mais.. Ela toca com a ponta dos dedos o seu peito, acariciando-o, e o beija no ombro desejando bom-dia, o abraça apertado na tentativa de o segurar mais uns segundos na cama. O calor do seu corpo a prende naquele momento. Mas

Sol

Naquela manhã, após uma noite de bebedeira recheada de reflexões, ele acordou disposto a fazer tudo diferente. Estavam no quarto desconhecido, em um lugar talvez paradisíaco, que ele esteve relutante a aceitar visitar com determinadas companhias. Mas ali estava ela. Ao seu lado na cama, dormindo sobre seu peito enquanto seu braço passava por baixo da cabeça e a abraçava pelos ombros. Não havia acontecido nada naquela noite, além das reflexões e bebedeira. Não tinha motivos, não tinha desejo. Talvez ele tenha perdido uns segundos a observando e, aparentemente, ao perceber seu despertar e observar, os olhos negros se abriram devagar, olhando pra ele com carinho, que o fez frear novamente, apesar de ser tudo sempre muito bom com ela. "Carinho, né?" Ele sente o toque da ponta dos dedos dela em seu peito, um beijo no ombro de bom-dia, o abraço apertado que o segura mais uns segundos na cama. Mas ele não pode se permitir. Não agora. Não é o momento. Ela insiste em abraçá-lo e se

se permitir

Durante os últimos 5 meses eu ouço a minha psicóloga dizendo: "se priorize e se permita"... Realmente muita coisa eu consegui me priorizar e me permitir... Dentre elas essa situação que já completa 3 meses. No primeiro mês eu ignorei todos os sentimentos e só pensava em me permitir viver coisas que não havia vivido. Então mantive essa situação em plano de fundo e fui dando espaço para outras situações tomarem forma. E me permiti viver muita coisa. Depois, no segundo mês, as outras situações foram perdendo o brilho, perdendo a graça e somente a situação que estou destacando foi se encorpando e se demonstrando necessária. O que caminhou para um terceiro mês delicioso somente de situação inicial/principal. Me permiti ser mais clara, explícita e demonstrar mais os sentimentos. Porém ainda com um medo ABSURDO de quebrar a cara, fui me boicotando e seguindo regras sociais que odeio... Que hoje eu vejo que realmente foram inibidores de muita coisa e atrapalhou muita coisa e que se e

Sobre expectativas e saudades

Me disseram esse mês que expectativas não existem, que a gente age e pensa de acordo como fomos "moldados". Concordo, porém isso não exclui o fato de esperarmos algo diante disso, então. As expectativas geram frustrações. Na minha pouca experiência de vida (do nascimento até hoje) as vezes que as expectativas foram atingidas de forma positivas foram poucas. Se eu tivesse que colocar uma porcentagem diria com facilidade que seria no máximo uns 10% de vezes que foi atingida positivamente. Diante disso eu reflito: e por que então continuamos gerando expectativas? Confesso que não possuo a resposta e peço perdão por isso, talvez tenha passado a ideia de que chegaria à tão desejada receita de bolo pra nunca mais se decepcionar com o boy que prometeu passar o dia contigo e arrumou desculpas para não ficar. Ou como lidar com aquela pessoa que sempre mente pra você, que desenvolve afeto, mas que foge assim que você começa a demonstrar ser recíproco. Ou ainda com aquela situação que v

Letícia

Em tempos de amor líquido não falta troca de carícia... mesmo que de início seja ríspido e a relação fictícia...

Estar bem

Eu percebo que não posso proferir: não estou bem. Se então eles me inibem. Muitas vezes eu engrosso. E a saudade alucina Não produz ocitocina. Mesmo depois do pai-nosso Ele não me olha mais, Só que então vos transformais... Nem com banho de sal grosso os pensamentos se fostes Dando de cara nos postes. Os versos de roer o osso Não a deixam mais bonita nem na forma que saltita... Letícia Bortolozo - 09/07/2020