Contos de Outono parte 1
Seu nome era Francisco. Não sei por que esse nome me agradava tanto, sei lá, parecia que dava um ar angelical à pessoa. Fran, assim o chamava, era até estranho as vezes, pois pessoas de "fora" achavam que eu me referia a uma mulher, imagine! Mas o Fran era assim, delicado, simples, singelo e tímido. Sua timidez me assombrava, pois ao mesmo tempo que suas atitudes tímidas se faziam presentes, essas mesmas se mostravam surpreendentes e ao meu ver não só a mim, mas ao Fran também, parecia que ele se surpreendia com suas próprias atitudes. Eu gostava disso, dava um ar diferente àquele relacionamento, uma graça especial.
Às manhãs sempre se mostrava presente, tinha dias que era só uma mensagem ao acordar: "Bom dia, meu amor!"; outros uma ligação, bem cedinho, ele já estava de pé tomando seu café da manhã, mas me ligava sabendo que eu ainda estaria dormindo, só pra me acordar de um jeito gostoso. E eu adorava aquilo, mesmo sem nunca dizer. Mas o que eu gostava mesmo era de acordar ao seu lado, com um abraço gostoso, aquele olho no olho, um beijo suave na face e aquela voz, ah, aquela voz, macia, grossa, me desejando um bom dia, me dizendo coisas boas.
Aliás outras características do Fran, era alto, nem magro e nem gordo, normal, um homem sem frescuras sabe? Aquela barba por fazer, o cabelo bagunçado e os pelos do corpo o deixam mais másculo, mesmo sem perceber. Ele não precisava ser musculoso pra me agradar, o "conjunto" todo me agradava.
Ainda mais por que ele sempre se lembrava de mim. As vezes durante a semana, no horário de almoço me ligava perguntando onde eu estava e se poderíamos nos encontrar, as vezes para almoçar mesmo, e outras só pra me dar um beijo e um abraço, essas "surpresinhas" eram especiais, surpreendiam mesmo, pois não era obrigação, era querer bem, querer estar perto e presente sempre.
Eu não costumava lhe falar o quanto tudo aquilo me agradava, na verdade eu preferia não falar por medo, medo de um dia aquilo tudo acabar e eu não sentir aquele amor exalando.
As coisas foram ficando cada dia mais sérias, e nosso relacionamento foi intensificando, a presença dele na minha vida era fundamental. Quando sabia que não nos falaríamos ou veríamos por dois ou três dias batia aquele aperto no peito, e tentávamos compensar, ficando bem pertinho um do outro por mais tempo, até enquanto podíamos.
Certo dia o supervisor dele lhe deu uma promoção e um aumento. Ficamos super contentes e ele me levou para jantar em um restaurante lindíssimo (e infelizmente caríssimo) da cidade, que ele sempre me prometia. Nosso relacionamento já caminhava para os cinco anos de namoro e cada dia mais nos víamos querendo uma vida a dois como um casal, mais íntimos e tudo mais.
Bem, foi nesse dia que veio a surpresa
Continua....
Eu li primeiro >.<
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